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Por que as pessoas mais engraçadas escondem tanta tristeza? A psicologia explica esse paradoxo

Elas arrancam risadas em qualquer roda de conversa, transformam situações difíceis em piadas e parecem estar sempre de bem com a vida. Mas, por trás de tanto bom humor, existe um sofrimento silencioso nessas pessoas.

Segundo a psicóloga Larissa Lopes, “brincando se diz tudo, até mesmo a verdade”. O famoso conceito do “chiste”, termo adotado por Freud, mostra como o riso pode ser uma forma inconsciente de expressar sentimentos reprimidos, tornando suportável o que seria doloroso demais se dito de forma direta.

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Sinais de sofrimento em pessoas engraçadas

Nem sempre é fácil identificar quando o humor está escondendo a tristeza. Pessoas que fazem todos rirem muitas vezes têm dificuldade em demonstrar fragilidade, como se ser engraçado fosse uma obrigação constante.

De acordo com Larissa, alguns comportamentos podem ser sinais de alerta:

  • Evitar conversas profundas, usando o riso para desviar do assunto;
  • Sentir-se culpado quando não conseguem “manter o astral lá em cima”;
  • Demonstrar cansaço emocional após momentos em que precisaram entreter os outros;
  • Ter dificuldade em aceitar cuidado ou empatia, como se não tivessem o direito de se mostrar vulneráveis.

Quando o humor deixa de proteger e começa a ferir

O humor é saudável quando nos ajuda a enxergar a vida com leveza e a rir com os outros, não de si mesmo. Mas quando o riso vira uma máscara constante, ele pode se tornar prejudicial.

“Usar o humor como válvula de escape é comum, mas quando isso se torna a única forma de lidar com sentimentos difíceis, o sofrimento se intensifica”, explica a psicóloga Rejane Sbrissa, especialista em terapia cognitivo-comportamental.

Ela destaca que o humor exagerado e constante pode ser um sinal de alerta. “Quando o riso soa forçado, é possível que o sofrimento por trás dele seja ainda maior. Se a pessoa não buscar ajuda, pode evoluir para quadros de depressão severa, apatia ou isolamento social.”

Outros sinais importantes de observar incluem mudanças bruscas de humor, falta de interesse por atividades que antes davam prazer, sono em excesso ou insônia e explosões de raiva.

Como cuidar de você sem se esconder atrás do riso

O primeiro passo é reconhecer que a vida é feita de altos e baixos. “Permitir-se viver a tristeza é um ato de coragem, não de fraqueza”, afirma Larissa Lopes.

Procurar ajuda psicológica é fundamental para compreender por que é tão difícil simplesmente não estar bem. “A psicoterapia cognitiva é muito eficaz nesses casos, pois ajuda a pessoa a lidar melhor com as emoções e a retomar o autocuidado, a autoestima e a autoconfiança — sem precisar mascarar os sentimentos atrás de um falso humor”, explica Rejane Sbrissa.

Ter uma rede de apoio também faz toda a diferença. Conversar abertamente com alguém que parece estar sempre “fazendo piada de tudo” pode ser o primeiro passo para quebrar o ciclo de disfarçar a dor. “Demonstre que se importa, ofereça escuta sem julgamentos”, orienta Rejane. “O riso pode aliviar, mas é o acolhimento que realmente cura.”

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